segunda-feira, agosto 14, 2006

Para a seção de "cartas " de Zero Hora

Cartinha enviada hoje para a redação da Zero Hora.
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Prezados :

A Zero Hora tem de decidir como pretende tratar o ditador comunista da ilha de Cuba.
Na edição de 14/08 na contracapa, chama Fidel de "ditador".
Na página 23 da mesma edição se refere a Raul Castro como "presidente" em exercício.
Desde quando o tampão de um tirano como Raul pode ser tratado como "presidente"?
Se Fidel é "ditador" na contracapa , deve sê-lo ainda na página 23.
Ou o texto foi finalizado - evidentemente - por editores diferentes (um contra a ditadura de Castro e outro mais "simpático") ou ZH leva mesmo às últimas consequências o lema "a vida de todos os lados" (ou coisa parecida).
O interessante é que na mesma página uma outra nota chama peremptoriamente Alfredo Stroessner de "ditador" do Paraguai, o que no texto sobre Fidel não aparece uma única vez.
Para mim isto é o que os americanos chamam de "bias".

Take 2:
Em nenhum momento da cobertura do conflito Israel X Hezbollah eu obtive qualquer informação na ZH sobre as dezenas de casos de fraudes fotográficas (Reuters), fotos posadas por militantes do Hezbollah abusando das vítimas em Qana (AP). Estes fatos foram largamente
publicados na internet, a partir da atuação de bloggers como "litte green footballs" e "EU referendum" . Isto é assunto jornalístico do momento.
Menos para Zero Hora.
Apesar de uma resposta do Marcelo Rech negando que ZH tomasse partido ou fosse parcial sobre o conflito, é evidente a postura anti-Israel: Vítimas civis libanesas têm sua vida, seus costumes, seus sonhos impressos integralmente nas páginas de ZH. Às baixas israelenses
somente a simples "contagem de corpos": X "pessoas morreram em Israel".

Reforçando: Isso é que "BIAS", em toda a sua extensão...

Parabéns pelo ótimo trabalho em meia-informação.
Como dizia Mark Twain:
"Se você não lê jornais, és um desinformado.
Mas se lê jornais, então és um manipulado" (versão livre)

LA

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