segunda-feira, junho 11, 2007

Bebê paulista sem cérebro alimenta debate sobre aborto

Marcela, a bebê sem cérebro sobrevive.

Logo após o seu nascimento, uma "médica" (Fátima de Oliveira) chamou-a não de ser humano, mas de um simples "tronco cerebral", alegando que "Todos os recursos que estão sendo utilizados para manter este tronco cerebral funcionando são uma imoralidade diante da falta de UTIs neonatal", . Lembram-se disso?

A parte mais elucidativa e surpreendente da matéria atual é o trecho que diz- sobre o estado atual de Marcela:

"Não tem a calota craniana, e o espaço que seria ocupado pelo cérebro é
preenchido por líquido. É capaz de segurar objetos e reconhecer a
presença da mãe, características que a medicina não consegue justificar
em um quadro de anencefalia.
"

Contra todos e até da médica que pregava a sua eliminação física , Marcela destrói os mitos que cercam os anencéfalos.

Rezemos por ela.



Bebê paulista sem cérebro alimenta debate sobre aborto

Marcela de Jesus Galante Ferreira completou seis meses de vida


BIANKA NIECKEL


Contra todos os prognósticos, ela sobreviveu mais do que as poucas horas que lhe haviam sido previstas e completou seis meses de vida. Mostrou ser ainda mais forte: deixou o hospital e agora vive em casa, com a família.


Ninguém sabe até onde chegará a pequena Marcela de Jesus Galante Ferreira, nascida sem cérebro no dia 20 de novembro do ano passado. Mas a menina já desafiou a medicina e trouxe novos elementos à discussão sobre o aborto de fetos anencéfalos. A agricultora Cacilda Ferreira, mãe dela, escolheu seu lado no debate quando, grávida de quatro meses, ouviu da pediatra Marcia Beani o diagnóstico do bebê. Optou por não interromper a gravidez.


- Eu sou a favor de obedecer à decisão materna - diz a médica.


Opinião semelhante é sustentada pela filósofa Marcia Tiburi, que vê na interrupção da gestação um ato de soberania feminina sobre o corpo, impedida pelo que considera uma sociedade patriarcal. Mas alerta:


- Posso fazer um aborto quando eu quero, mas não posso acabar com a vida de uma pessoa. Agora que ela nasceu, a questão veio para a esfera da sociedade.


O professor Luiz Osvaldo Leite, do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Comitê de Bioética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), alinha-se ao posicionamento da Igreja Católica. Para ele, a defesa da vida está acima de qualquer questão, embora reconheça a dor da situação:


- É um desses casos extremos que sensibilizam a opinião pública.


Para o neurologista Clóvis Francesconi, do serviço de neurologia do HCPA e professor da UFRGS, não se justifica prosseguir na gestação de um bebê que não terá aspectos cognitivos. Respirar e manter o coração batendo não constituem, na opinião dele, a integralidade do ser humano.


- Isso não é vida. A vida pressupõe alguma consciência, conexão com o meio ambiente - defende.


O aborto só é permitido no Brasil em casos de estupro e de risco de vida para a mãe.


( bianka.nieckel@zerohora.com.br )


Quem é a criança


  • Nasceu em 20 de novembro de 2006, sem cérebro, na Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio Paulista (SP). O que a mantém viva é o tronco cerebral, que faz parte do sistema nervoso central e controla respiração, pressão arterial e batimentos cardíacos.
  • Não tem a calota craniana, e o espaço que seria ocupado pelo cérebro é preenchido por líquido. É capaz de segurar objetos e reconhecer a presença da mãe, características que a medicina não consegue justificar em um quadro de anencefalia.
  • Alimentada por uma sonda, ela recebeu alta em abril e vive em uma casa próxima ao hospital, para poder ter atendimento quase imediato em casos de urgência.
  • Filha de Cacilda e Dionísio Ferreira, virou símbolo da luta contra o aborto, em uma manifestação que reuniu 5 mil pessoas em março, em São Paulo.





Source: clicrbs.com.br

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