quarta-feira, agosto 08, 2007

Não existem homossexuais

Texto improvável mas publicado pelo esquerdista até-os-ossos "Folha de São Paulo".
É claro que o autor não é brasileiro.
João Pereira Coutinho é português, mas poderia ter sido escrito por alguns de nossos conservadores, como Olavo de Carvalho ou Reinaldo Azevedo.

Veja o blog do autor.
http://www.jpcoutinho.com/


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0808200710.htm


São Paulo, quarta-feira, 08 de agosto de 2007



      
JOÃO PEREIRA COUTINHO

Não existem homossexuais
Acreditar que um adjetivo se converte em substantivo é uma forma de
moralismo pela via errada
NÃO CONHEÇO homossexuais. Nem um para mostrar. Amigos meus dizem que
existem. Outros dizem que são. Eu coço a cabeça e investigo: dois olhos,
duas mãos, duas pernas. Um ser humano como outro qualquer. Mas eles recusam
pertencer ao único gênero que interessa, o humano. E falam do "homossexual"
como algumas crianças falam de fadas ou duendes. Mas os homossexuais
existem?
A desconfiança deve ser atribuída a um insuspeito na matéria. Falo de Gore
Vidal, que roubou o conceito a outro, Tennessee Williams: "homossexual" é
adjetivo, não substantivo. Concordo, subscrevo. Não existe o "homossexual".
Existem atos homossexuais. E atos heterossexuais. Eu próprio, confesso, sou
culpado de praticar os segundos (menos do que gostaria, é certo). E parte da
humanidade pratica os primeiros. Mas acreditar que um adjetivo se converte
em substantivo é uma forma de moralismo pela via errada. É elevar o sexo a
condição identitária. Sou como ser humano o que faço na minha cama.
Aberrante, não?
Uns anos atrás, aliás, comprei brigas feias na imprensa portuguesa por
afirmar o óbvio: ter orgulho da sexualidade é como ter orgulho da cor da
pele. Ilógico. Se a orientação sexual é um fato tão natural como a
pigmentação dermatológica, não há nada de que ter orgulho. Podemos sentir
orgulho da carreira que fomos construindo: do livro que escrevemos, da
música que compusemos. O orgulho pressupõe mérito. E o mérito pressupõe
escolha. Na sexualidade, não há escolha.
Infelizmente, o mundo não concorda. Os homossexuais existem e, mais, existe
uma forma de vida gay com sua literatura, sua arte. Seu cinema. O Festival
de Veneza, por exemplo, pretende instituir um Leão Queer para o melhor filme
gay em concurso. Não é caso único. Berlim já tem um prêmio semelhante há
duas décadas. É o Teddy Award.
Estranho. Olhando para a história da arte ocidental, é possível divisar
obras que versaram sobre o amor entre pessoas do mesmo sexo. A arte
greco-latina surge dominada por essa pulsão homoerótica. Mas só um
analfabeto fala em "arte grega gay" ou "arte romana gay". E desconfio que o
imperador Adriano se sentiria abismado se as estátuas de Antínoo, que mandou
espalhar por Roma, fossem classificadas como exemplares de "estatuária gay".
A arte não tem gênero. Tem talento ou falta de.
E, já agora, tem bom senso ou falta de. Definir uma obra de arte pela
orientação sexual dos personagens retratados não é apenas um caso de
filistinismo cultural. É encerrar um quadro, um livro ou um filme no gueto
ideológico das patrulhas. Exatamente como acontece com as próprias
patrulhas, que transformam um fato natural em programa de exclusão. De
auto-exclusão.
Eu, se fosse "homossexual", sentiria certa ofensa se reduzissem a minha
personalidade à inclinação (simbólica) do meu pênis. Mas eu prometo
perguntar a um "homossexual" verdadeiro o que ele pensa sobre o assunto,
caso eu consiga encontrar um no planeta Terra.

3 comentários:

Da C.I.A. disse...

Olha, em meu blogue eu costumo fazer campanha para que mais e mais pessoas conheçam e leiam JP Coutinho. Recomendo todas as colunas dele, TODAS. Você pode encontrar um bom apunhalado delas na FOLHA ONLINE, site PENSATA. Ele é colunista lá e escreve de quinze em quinze dias.

Anônimo disse...

O problema é mais embaixo. Não gosto nem um pouco quando alguém, se dizendo heterossexual, vem reclamar de guetos como coisa de homossexuais. A tendência ao gueto, no sentido da separação, é uma idéia que surgiu na idade média, justamente da igreja católica, branca e heterossexual, dos que se diziam “normais” e foi apoiada pela própria ciência durante todo o século XIX quando o homossexualismo foi associado a doença. Foram os “normais” (heterossexuais) que criaram a exclusão, e com ele o gueto. Sou plenamente a favor da idéia da eliminação dos guetos, mas vir com a conversa de que são os homossexuais que criam sua própria exclusão é muita cara de pau!

O conceito de arte gay só existe por que a própria sociedade “normal” trata toda arte que foge a esses padrões como coisa “estranha”, “curiosidade” ou “escandalosa”. Ou os vários bares de adolescentes “ditos normais” não são também, no sentido da exclusão, guetos? Ou mesmo os shoppings onde beijo gay é tratado como coisa escandalosa, não são eles guetos heterossexuais? Se você observar a quantidade de guetos heterossexuais é ENORME. E não é uma tendência apenas gay a de se isolar no mundinho só de gays. A grande maioria da sociedade hetrossexual faz o mesmo a séculos! Alias o ambiente público, pelo menos no Brasil, ainda é um gueto heterossexual. Dos dois lados são poucos os que transitam livremente pelos dois guetos.

Já que o autor do texto se diz (com orgulho?) heterossexual e se ele quer falar contra a exclusão seria, no mínimo mais honesto fazer o texto como segue (que é quase o mesmo, mas bastante diferente):

Não existem heterossexuais

Acreditar que um adjetivo se converte em substantivo é uma forma de moralismo pela via errada

NÃO CONHEÇO heterossexuais. Nem um para mostrar. Amigos meus dizem que existem. Outros dizem que são. Eu coço a cabeça e investigo: dois olhos, duas mãos, duas pernas. Um ser humano como outro qualquer. Mas eles recusam pertencer ao único gênero que interessa, o humano. E falam do “heterossexual” como algumas crianças falam de fadas ou duendes. Mas os heterossexuais existem?
A desconfiança deve ser atribuída a um insuspeito na matéria. Falo de Gore Vidal, que roubou o conceito a outro, Tennessee Williams: “heterossexual” é adjetivo, não substantivo. Concordo, subscrevo. Não existe o “heterossexual”. Existem atos heterossexuais. E atos homossexuais. Eu próprio, confesso, sou culpado de praticar os segundos (menos do que gostaria, é certo) (será que estou sendo orgulhoso ao declarar isso?). E parte da humanidade pratica os primeiros. Mas acreditar que um adjetivo se converte em substantivo é uma forma de moralismo pela via errada. É elevar o sexo à condição identitária. Sou como ser humano o que faço na minha cama. Aberrante, não?
Uns anos atrás, aliás, comprei brigas feias na imprensa portuguesa por afirmar o óbvio: ter orgulho da sexualidade é como ter orgulho da cor da pele. lógico. Se a orientação sexual é um fato tão natural como a pigmentação dermatológica, não há nada de que ter orgulho. É ilógico, por exemplo, um rapaz, depois de ter a sua primeira transa com uma menina, ficar com orgulho, pensando que agora já é um homem! É ilógico o orgulho de muitos homens ao se manifestarem em bom som: “Eu sou é homem!” (em referência à sua sexualidade) ou mesmo o abominável “eu sou é espada”. Podemos sentir orgulho da carreira que fomos construindo: do livro que escrevemos, da música que compusemos. O orgulho pressupõe mérito. E o mérito pressupõe escolha. Na sexualidade, não há escolha.
Infelizmente, o mundo não concorda. Os heterossexuais existem e, mais, existe uma forma de vida hetero com sua literatura, sua arte. Seu cinema. Muitas lojas de locação de vídeo, por exemplo, criam uma sessão “romance” quando na verdade querem dizer “romance heterossexual.. Não é caso único. Muitos festivais de cinema tratam toda obra cinematográfica que não mostre o sexo de forma puramente heterossexual como escândalo ou imoralidade ou, no mínimo “curiosidade”.
Estranho. Olhando para a história da arte ocidental, é possível divisar obras que versaram sobre o amor entre pessoas de sexos diferentes. A arte greco-latina tem muitos exemplos de obras com pulsões heterossexuais. Mas só um analfabeto fala em “arte grega heterossexual” ou “arte romana heterossexual”. Já após a idade média essa tendência de substantivar a sexualidade foi ao ápice. Pintar o amor se transformou em sinônimo de pintar o amor heterossexual. Ai do artista que tentasse pintar um outro amor!
A arte não tem gênero. Tem talento ou falta de.

E, já agora, tem bom senso ou falta de. Definir uma obra de arte pela orientação sexual dos personagens retratados não é apenas um caso de filistinismo cultural. É encerrar um quadro, um livro ou um filme no gueto ideológico das patrulhas. Exatamente como acontece com as próprias patrulhas, que transformam um fato natural em programa de exclusão. De auto-exclusão.
Eu, se fosse “heterossexual”, sentiria certa ofensa se reduzissem a minha personalidade à inclinação (simbólica) do meu pênis. Mas eu prometo perguntar a um “heterossexual” verdadeiro o que ele pensa sobre o assunto, caso eu consiga encontrar um no planeta Terra.

Anônimo disse...

JOÃO PEREIRA COLTINHO,
EU SOU HOMOSSEXUAL!


Achei interessante a ótica dele, Pelo que entendi ele levanta e derruba rsrsrsrrsrsrsrs.

Uma vez minha sobrinha chegando da escola, passou por mim silenciosa, o que estranhei. Não era de costume, não me falou como foi sua aula nem me deu aquele tradicional beijo sujo de chocolate ou outra guloseima como sempre faz. Convocando sua presença linda imediatamente para satisfações ela se aproxima pensativa e me atira: - Titio, eu sou neguinha? Ela nunca tinha se preocupado com isso, seu pai é negro, sua mãe, minha irmã, é branca. Ela, minha sobrinha, é mulata apesar de prevalecer a cor branca, nela, é essa a classificação biológica. E continuou – meus coleguinhas me xingaram de neguinha( fazendo bico de choro) srsrsrsrsrsr! Prontamente disse-lhe que era neguinha sim!!! E linda! Coloquei que ninguém nunca havia problematizado isso em casa!! Que amávamos ela assim justamente com aquele cabelo, com aqueles lábios grossinhos lindos!! Que essa diferença na casa era muito legal! E que quando a chamassem assim, ela não revidasse mas pensasse sempre que ela não depende da opinião deles mas de quem a ama e quem a ama prefere ela neguinha!!! Falei da natureza multicor da vida, dos negros atletas, artistas, cantores, da diversidade linda das etnias e da preponderância do folclore africano no mundo todo com a música, a dança, as artes, da importância do negro na formação do progresso para o mudo todo na Europa e América coloniais, das quais guardávamos descendência, a se expressar nela própria, até nossos dias. Beijei-a sorridente e confiante e transformei o que era defeito em qualidade com muito amor. O que foi bastante pra ela se interessar pela conscientização e aceitação de sua condição natural. Não a lisonjeei com pieguismo protetor, falei a verdade!

Quando não somos suficientemente adultos, Toda auto-estima primeiramente é construída de resistência a forças que nos oprime, e o orgulho impulsiona-nos o valor. Analisemos uma pessoa que foi muito oprimida, desprezada, vítima de críticas(pior ainda, infundadas), crescera comprometida na sua dignidade, certamente isso se expressará evidentemente no seu perfil inseguro, culpado, angustiado propenso a insatisfação e agressividade. E como resposta, inconscientemente, reunir-se-á em grupo, onde possa se sentir confortável e aceita!!! Gandy era hindu, advogado, aristocrata educado nos finos moldes ingleses, mas “desceu do salto” e uniu-se ao seu povo oprimido, maltratado sem auto-estima, embrutecido pelo primitivismo de sua cultura, e o aviltamento do oportunismo imperialista inglês. E ele se entregou a causa. Se lhe perguntasse se lutava pelos hindus ele dizia que não, lutava pela humanidade, pelos hindus, mulçumanos, ingleses, cristãos, por que ele lutava pelo que todo ser humano quer e tem direito: liberdade!! mas ele dava seu grito a partir do seu povo, reunindo o seu povo, valorizando o seu povo! E em sua independência, viu a forma de reverter tanta subserviência e medo e a oportunidade de dar exemplo a outras nações... Ele era universal como sugere o texto do colega, mas a partir de sua condição, de sua causa!!. Sei das proporções, peculiaridades e diferenças das causas: a hindu e a homossexual, mas também sei que o fundo de liberdade de respeito de luta que se quer e se tem direito é o mesmíssimo para as duas, ou todas as causas! Nosso momento histórico é outro e as telecomunicações expandem a proporções universais os eventos restritos a GUETOS IDEOLÓGICOS DE PATRULHAS. Pergunto pra ele o que é “gueto” quando o assunto agora é tão admitido, até por quem não é gay, e publicamente generalizado! Ao contrário, todos agora mostram suas diferenças com respeito, todas as tribos mostram suas artes. Existe sim a arte negra!!! Existe sim a arte egípcia, a tapeçaria hindu inigualável! Existe sim a arte rupestre, a música negra dos guetos norte americanos, o blues, o jazz, o rap e sua tribo. Tenho satisfação imensa de ter Pelé, Daiane dos santos, Zezé Mota, Castro Alvez, Miles Daves, James Brow, Marte Luter king, Danzel Washington, Gilberto Gil, negros maravilhosos e lindos personificando virtudes que quero que minha sobrinha tenha. E vou lembrar de Miguelangelo, Leonardo da Vince, Van Gog, Frida Callo, Elton Jhon, Oscar Wild ,Zeca Balero, Zélia Duncan, Rimbau, Marving Gaye, Casssia Eller, Ana Carolina, Milton Nascimento, Renato Russo, Baldeleire, Fagner, Ney Matogrosso, Vera Verão, etc. se for o caso da minha sobrinha também ser lésbica.

Não só existe um gênero homossexual não, como sugere o colega, João Pereira e sim “gêneros”: travestis, bichas, frangos, barbyes, gay, transformistas, passivos, ativos, veados, discretos, enrustidos, declarados, bombados em todos os setores de atividades, credo, classe social, cor etc talentosos, inteligentes, com medo de se expor, humilhados eclipsados irreconhecidos pelo veneno invejoso das “verdades” heterossexistas de uma cultura ruindo em pedaços de tanta imoralidade generalizada independentemente de sexualidade.

Se eu entendi o texto do colega, acho que ele foi infeliz no comentário, 1º, ele não está na pele de um homossexual, nem na de um negro( literalmente ) rsrsrsrsrsrrsrs 2º ninguém resumi a um gênero ou categoria algo universal que é passível de entendimento por qualquer alma humana e isso não precisa de paladinos defensores por que é evidente por si só. O que se quer é diminuir, suavizar a nossa cultura da barbárie do preconceito, isso sim qualquer idiota percebe, enquanto outros idiotas formulam tratados filosóficos sobre gueto filosóficos de não sei o que lá!!! Srsrsrsrsrsrsrsrs E até eu que sou intelectual de “machado de Assis e José de Alencar” (lembra do ginásio? rsrssrsrrsrsrs) sei disso!!!!!!!!!!

Na lógica dele, ele dá a idéia de que nós homossexuais não deveríamos tá lutando por nada, porque tudo já nos cabe por direito simplesmente por já sermos seres humanos, e que o que queremos é pavonear, exibicionismo. Essa idéia é perigosa porque isso aqui não é o pais das maravilhas! Não elevamos o sexo a condição “identitária”, por si só o sexo nos cataloga, nos contextualiza, a herotização de um gesto afeminado, ou um simples carinho entre dois homens ou duas mulheres é imediata na visão do heterossexista, nos risinhos cínicos, nos rotulando preconceituosa imediatamente, daí não podermos expandir afeto em público, não podermos nos expressar, sobre pena de sermos expulsos de bares, shoppings, etc. e nós é que invertemos, quando nos personificam pelo falo!??. Esses “prêmios” na “categoria gay” que o colega coloca é simplesmente o esforço de poucos grupos solidários contribuírem com uma “causa” de responsabilidade social bem mais profunda e é evidente, como ele próprio dá a idéia em seu texto, que estariam longe de por si só sanarem os problemas enfrentados pela homossexulidade, e onde!!!? trofeuzinhos, filmes premiados, exposição em mídia, chancezinhas de se expor, que daqui a pouco cai em esquecimento como a própria arte comercial cai em desuso, se trata de um domínio ideológico em expansão e patrulhamento do que quer que seja, ou de fazerem os homossexuais se imporem dominantemente com “sua arte”!! É subestimar demais e nivelar por baixo demais o que nós homossexuais esperamos de um mundo melhor! Mas, já são posturas que levam a discussão, e conseqüentemente a um mundo melhor onde adjetivo não tenha que virar substantivo.E vejo bem mais benefícios nisso que malefícios. É claro que existem pavoneamentos, lantejoulas, ufanismo, exclusivismo, oportunismo, também! Como na política, na religião, nas ONGs com suas “funções sociais”, no jornalismo, em tudo. Enquanto a humanidade não nos conferir respeito e direitos temos que lutar por ele, suavizando para outras gerações a nossa cultura tão dura, onde somos ridicularizados e desprezados por policiais numa delegacia quando num momento de desconforto e dor, frágeis, estamos prestando queixa de um assalto( aconteceu comigo!), ou desprivilegiados num emprego quando temos capacidade, etc. Admiro-lhe a inteligência e a cultura no texto, apesar de acha-lo sofismatico. O colega tem todo o direito de expressar, também, suas idéias. Seria um contra-senso meu se depois de tudo o que falo sobre liberdade não reconhecer-lhe o mérito com respeito. Mas Digo-lhe com carinho: temos que ter muito cuidado pois somos formadores de opiniões e o momento é aquele em que se não atrapalhamos já estamos ajudando muito. Já há quem nos empurre pra trás! rsrsrsrsrsrsrs A igreja que ao invés de cumprir seu papel cristão cai matando com seu moralismo retrogrado estratégico de condução popular, a falta de políticas públicas que nos pré veja como seres humanos existentes, a justiça e a constituição engessadas numa cultura machista, heterossexista e homofóbica, etc. São vidas em jogo! De crianças e adolescentes descontextualizados da escola, por extensão prostituição e marginalização por inadequação ao mercado de trabalho e inaceitação social, suicídios( pensei muito nisso), desprezo famíliar, pais de famílias gays de vida dupla, DSTs, e tanto pior a situação quanto mais baixa a renda familiar e o grau de escolaridade. Será que esses guetos onde choramos silenciosamente são mais aceitáveis pelo colega??? O colega foi muito simplista!!!!

Talvez o medo do colega seja, que como uma peste, a homossexualidade ataque o filho dele. Ou então que no boom da “diversidade” tão em moda, ele se veja obrigado a rever seus conceitos e a sair do armário, coisa que não é fácil quando em tempos de império machista, e agora ao contrário possa ser arrastado pela correnteza srsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr.

Sou homossexual assumido meu gueto ideológico de militância é o amor, a partir de minha condição oprimida, a partir do meu sofrimento e dos outros que vejo e com quem convivo, a partir do meu gênero, a partir do que sou, e não impondo a ninguém o que deva ser, mas que sejam o que quiserem ser com muita liberdade, paz respeito seja em filmes gays, estatuária gay, galerias gays ,se isso significa “guetificar” se isso significa orgulho, se isso significa escândalo, se isso significa reduzir à genitália toda a expressão de um vida “Viva ao pênis que escandaliza e liberta!!”(rsrsrsrsrsrsrsrsr) com discussão justa e honesta quebrando as vitrines sujas desse shopinggcenterzinho fechado, retrógrado, moralista hipócrita de meia dúzias de pseudo intelectuais burgueses e boçais trabalhando contra o progresso fingindo estar ao seu favor. Queremos mais práticas, que teorias, queremos viver quem somos!Viva aos índios! viva aos hindus! aos negros! Aos gregos! Ao baianos!As mulheres! Aos sem terra! A todos os seres humanos e VIVA A BICHA LOUCA!!!

Ricardo Souto, 38, músico, tec. de arquitetura ricosouto@gmail.com militante no movimento gay leões do norte